Por William Medeiros.
A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Natal realizou uma visita ao Centro de Apoio Psicossocial (Caps) da Zona Norte e constatou a falta de médicos psiquiatras para atender a população.
O Caps da Zona Norte é um dos principais da cidade. Em média, ele realiza aproximadamente 100 atendimentos por dia entre grupos terapêuticos, atendimentos psiquiátricos e atendimentos psicológicos. Atualmente, a equipe é composta por quatro técnicos de enfermagem, um enfermeiro, dois psicólogos, um psiquiatra, um assistente social e um clínico geral, mas o ideal seria o dobro de funcionários. O diretor da unidade, Alan Flávio, explicou que nos últimos anos o quadro de funcionários terminou sendo reduzido, aumentando a demanda da equipe atual.
“O ideal seria dobrar esse número. O nosso trabalho é de segunda a sexta. Nossos recursos humanos são insuficientes para o trabalho realizado. Mesmo assim, nesse atendimento das 8h às 17h desempenhamos um ótimo trabalho com os grupos terapêuticos e com os atendimentos psicológicos e psiquiátricos”, externou.
Segundo levantamentos da própria Caps, apenas quatro profissionais são responsáveis por atender a população de toda a região, que gira em torno de 400 mil habitantes. Sendo aproximadamente um médico para quase 100 mil habitantes. O vereador Franklin Capistrano (PSB), que integra a comissão, externou a preocupação com os números.
“Aqui é uma unidade chamada de Caps onde são tratadas pessoas dependentes de álcool e de drogas. 400 mil pessoas moram na Zona Norte. Como essas pessoas estão sendo atendidas. São quatro psiquiatras apenas. São praticamente 100 mil pessoas para cada médico. Sem atendimento, pode aumentar o número de pessoas com tendência a suicídios e até a homicídios”, contou.
O vereador Preto Aquino (PATRI) elogiou a estrutura do prédio e o empenho dos profissionais médicos, enfermeiros, assistentes sociais e técnicos de enfermagem que atuam na unidade, mas adiantou que, diante do número insuficiente de uma equipe multidisciplinar, será montado um relatório para buscar soluções para o problema.
“Um excelente prédio com estrutura muito boa, mas, mais uma vez, faltam profissionais. Os que estão trabalhando aqui estão dando o seu máximo, mas falta a equipe para atender a população. A gente vai levar esse relatório para que as autoridades possam dar uma resposta à nossa sociedade”, disse.
O presidente da Comissão, vereador Fernando Lucena (PT), contou que serão convidados para o debate as secretarias de Saúde municipal (SMS) e estadual (Sesap), o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL).e o Ministério Público do Rio Grande do Norte.
“A Comissão de Saúde está convidando o coordenador do Onofre Lopes, os coordenadores de psiquiatria do município e do Estado e o Ministério Público para realizarmos um debate e firmarmos um TAC que garanta atendimento 24 horas nas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste”, adiantou.
Foto: Elpídio Junior.