Por William Medeiros.
A revitalização das atividades de exploração e produção de petróleo do Rio Grande do Norte começa a avançar com a mobilização da classe empresarial potiguar. Capitaneada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, representada pelo seu vice-presidente, Vilmar Pereira, o setor se reuniu na manhã desta quarta-feira (29), em Brasília, com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, para discutir alternativas à reestruturação do setor com a retirada dos investimentos da Petrobras.
Participaram também da reunião, o senador Garibaldi Alves Filho (MDB), o secretário de Petróleo e Gás do MME, João Vicente Vieira, o superintendente do SEBRAE-RN, Zeca Melo, o presidente da Redepetro-RN, Gutemberg Dias, e o empresário e membro da Redepetro, José Nilo.
No Rio Grande do Norte, 33 campos de petróleo terrestres da Bacia Potiguar (com parte no Ceará) deverão ser vendidos pela Petrobras, com o objetivo de ceder os direitos de exploração O presidente da FIERN Amaro Sales de Araújo tem se empenhado para conseguir agilizar os processos e buscar soluções para reativar uma das principais atividades econômicas do Estado. O setor de petróleo e gás responde por cerca de 40% do PIB industrial do Estado. “É fundamental que unamos forças e nos articulemos para que a atividade não sofra mais perdas e possa voltar a crescer no Estado”, afirma.
A comitiva apresentou dois pleitos: a mediação do Ministério das Minas e Energia para dar celeridade a venda dos campos terrestres – e consequente cessão dos direitos de exploração -; e a retomada do programa do governo federal programa de revitalização das atividades de exploração e produção de petróleo e gás em áreas terrestres (Reate). O programa busca impulsionar a produção on shore nacional dos atuais 90 mil barris/dia para 500 mil barris/dia. A venda de ativos e campos da Petrobras, parte do programa de desinvestimentos, é uma oportunidade para que empresas independentes, que já atuam no setor, possam se organizar para assumir a exploração de poços maduros. Para isso, explica o superintendente da SEBRAE-RN, Zeca Melo, é necessário que seja definido quem vai operacionalizar os campos nestas áreas.
“O ministro se mostrou bastante sensibilizado com a situação no RN e se comprometeu a ver, junto a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o processo de vendas”, afirmou Melo. Uma reunião com representantes da ANP e a delegação do RN está prevista para este mês de setembro.
A ideia é que as empresas possam voltar, a partir da venda dos campos, a operar nos poços do estado e com o Reate alavancar a produção do RN dos atuais 48 mil barris/dia, segundo dados da Redepetro, para o patamar de 11º mil barris/dia – média diária registrada antes do desinvestimento da estatal.
Nos últimos anos, lembra o empresário e membro da Redepetro José Nilo, a cadeia produtiva do petróleo no RN vem sofrendo com a desativação gradual dos poços e a retirada de investimentos e venda de ativos da Petrobras. “Isso tem gerado um vazio na produção, porque o processo de vendas está estagnado com a retirada da Petrobras e sem que a outra empresa tenha assumido. A expectativa é que se agilize para termos a definição de quem vai operacionalizar e voltar a produzir”, afirma Nilo.