Por William Medeiros.
Durante depoimento ao Juiz Francisco Eduardo Guimarães, titular da 14ª Vara da Justiça Federal, nesta segunda-feira (09) o ex-deputado e ex-presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (MDB) voltou a negar qualquer envolvimento em várias acusações a ele imputadas no âmbito da Operação Manus. E aproveitou para lamentar o que qualificou como “criminalização da política”, que seria, segundo Henrique, “prejudicial à democracia”. Sobre Cunha, que o sucedeu na presidência da Câmara dos Deputados, Henrique o definiu como “amigo verdadeiro” e voltou a chorar durante algumas passagens do depoimento, que teve início às 9h20m sem hora para terminar.
Ao longo da oitiva, Henrique respondeu longamente à maioria das questões propostas pelo Juiz Francisco Eduardo Guimarães, negando todas as acusações a ele imputadas pelo Ministério Público. Entre elas, a de que teria agido junto ao Tribunal de Contas da União para que o BNDES liberasse as parcelas para a construção do estádio Arena das Dunas. O juiz quis saber se procedia a versão segundo a qual Henrique teria dito que iria “pra cima” do TCU para resolver o problema e teve como resposta que todos os Ministros do órgão foram relacionados pela defesa do ex-deputado para desmentir essa versão.
Depois, Henrique passou a negar sistematicamente recebimento de contribuições de campanhas das empreiteiras OAS, Odebrecht e Andrade Gutierrez em atenção a “contrapartidas” negociadas com as empresas em questões pontuais ligadas à privatização de aeroportos, às obras da Arena das Dunas, ao porto de Maravilha, no Rio, operações ilícitas que teriam rendido repasses para as campanhas do ex-deputado superiores a R$ 5 milhões.
O Juiz também quis saber da participação de Henrique na tentativa da Odebrecht de obter do então candidato ao governo do RN, em 2014, privatização da Caern caso fosse eleito. Para todas as questões, ele alegou que ouviu as demandas, mas jamais se comprometeu com elas. E sobre os recursos recebidos à título de doação de campanha, afirmou que todas elas foram legais e registradas, envolvendo uma coligação de 17 partidos que o apoiavam na sucessão para o governo do RN.
*Com informações do Estadão*
Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo.