GASTO COM DECORAÇÃO NATALINA DIVIDE PRÉ-CANDIDATOS À PREFEITURA DE NATAL

Transtornados com os gastos, avaliados em R$ 4,2 milhões em recursos públicos, pela prefeitura do Natal, alguns vereadores na Câmara Municipal estão resistentes e buscam a medida de rever e de reutilizar a decoração natalina já existente. Confira o que eles disseram na matéria do Portal Agora RN:

Fernando Mineiro (PT)

O deputado estadual Fernando Mineiro avalia que poderia haver uma melhor aplicação dos recursos por parte da Prefeitura do Natal, principalmente no momento de crise e escassez de recursos por que passa o Brasil e consequentemente os municípios. “Lógico que é importante fazer a decoração natalina, mas poderia haver redução dos custos”, ressalva.

Além da redução de custos, o deputado espera que haja uma mudança estética na decoração natalina, uma vez que nos últimos anos, segundo ele, a decoração do Natal não tem sido boa. “Espero que a decoração não seja marcada pelo mal gosto estético e pela mesmice que se repete há anos”.

Professor Robério Paulino (PSOL)

“Acho um gasto desnecessário. Eu pegaria esse dinheiro e com apenas R$ 1,5 milhão eu equiparia todas as cerca de 1.300 salas de aula das escolas municipais com ar-condicionados novos de 12 mil BTUs”, disse o professor. Ele acrescenta que as prioridades da Prefeitura do Natal devem ser outras, “não podem ser maquiagem, que é o que o prefeito faz”.

Para Robério, o prefeito Carlos Eduardo deveria se ater a resolver problemas estruturais da cidade e outros problemas como os da educação, por exemplo. Ele defende ainda que a decoração natalina desse ano seja a mesma que foi utilizada no ano passado. “A cidade não vai melhorar de vida com essa nova decoração”, coloca.

Rogério Marinho (PSDB)

Para o pré-candidato pelo PSDB, deputado federal Rogério Marinho, o gasto é excessivo para o momento difícil por que passa a cidade e o país. Apesar disso, ele não defende que a cidade fique totalmente sem decoração natalina, mas apenas que a prefeitura reveja a necessidade de destinar a quantia anunciada, uma vez que o próprio Executivo tem se queixado de queda na arrecadação e consequentemente de dificuldades financeiras.

“Eu acredito que a prefeitura deve repensar e a cidade entenderia, porque por mais que a cidade tenha que estar bonita, ela precisa funcionar, a mobilidade precisa funcionar, as ações sociais, então eu acho que nesse momento a sociedade vai aplaudir se o prefeito segurar os gastos com as festas, tanto na decoração como com cantores, pois esse é o momento de apertar os cintos”, defende o parlamentar.

Gleydson Batalha (PRP)

Para o também pré-candidato do PRB e administrador de empresas Gleydson Batalha, os gastos da Prefeitura do Natal com decoração natalina só ocorrem devido à “incompetência” da administração municipal. Ele observa que, se a prefeitura tivesse mais organização, guardaria todo o material decorativo do ano passado e o reutilizaria esse ano.

“Todos os anos, por incompetência do prefeito, a prefeitura tem que gastar dinheiro com decoração natalina. Se houvesse uma Secretaria de Serviços Urbanos organizada, todo o material do ano passado estaria guardado e poderia ser reutilizado mediante pequenos reparos”, afirma.

Diante disso, Gleydson reforça que, pela razão exposta acima, “os gastos são desnecessários”.

Wilma Wanderley (PTC)

A empresária e pré-candidata à Prefeitura do Natal Wilma Wanderley diz que, considerando a conjuntura atual de dificuldades do país, ela é “completamente contrária” aos gastos com decoração. No entanto, ela pondera que o prefeito vem tentando ratear com a iniciativa privada os custos de decoração, o que ela avalia como uma boa saída para essa questão.

“Se assim for, que seja bem vinda a ajuda da iniciativa privada, mas se for deixar de priorizar a saúde e outras áreas, sou contrária. Mas até onde o prefeito está dizendo, algumas empresas estão querendo bancar esses gastos”.

George Câmara (PC do B)

O atual secretário de Esporte e Lazer do Estado, George Câmara, pré-candidato a prefeito de Natal, avalia os gastos com decoração natalina como “válidos” e “adequados”, uma vez que a despesa ajuda a fomentar o turismo da capital e consequentemente gera receitas para o município. Na opinião do pré-candidato, a Câmara deveria ouvir o prefeito em vez de querer suspender os gastos.

“A prefeitura pode alegar que incrementa o turismo, porque é uma data importante, a cidade vai ficar mais bela, porque de repente o incremento nas receitas pode ser maior do que a despesa. Pode ser supérfluo se não tiver um plano de captação de receitas decorrente desse gasto”, coloca.

Luís Gomes (PEN)

O advogado Luiz Gomes, pré-candidato pelo PEN, avalia como “excessivos” os gastos mencionados. Ele diz que a cidade se encontra com dificuldade para pagar a folha salarial dos servidores e questiona: “Como gastar R$ 4 milhões em decoração e não pagar direito os servidores?”.

A melhor opção, segundo ele sugere, é que a prefeitura procure alternativas mais baratas tanto para decoração como para o pagamento de cachês de artistas que se apresentarão no “Natal em Natal”.

“Não acho que não deva fazer, só não acho que se deve gastar mais de R$ 4 milhões. Deveria promover eventos nas ruas, com food trucks, praças iluminadas, promover o folclore, valorizar os artistas locais e não precisa iluminar todas as árvores, somente as praças já seria o bastante”, destaca.